13 de abr. de 2015

Nada.


não houve suspiro acompanhado,
nem sorriso não interpretado

houve apenas a beleza azeda,
os versos rodopiando sobre a mesa
e espiralando goela abaixo

houve luzes que se apagam
de fora, de dentro
como que para engolir a claridade
e, num lampejo de sobriedade avessa
secar as tempestades que chovem
dentro
da cabeça.

feito marujos, os neurônios se agitam
se esticam, se trincam
e a cada raio, as rimas tortas espiralam
escorrem aos cacos, quebrada poesia

e, à mercê
no mar em fúria
feito ideia absurda
está você, afogando.

e é aí que escrevo.
Jogo-lhe uma boia.

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